UMHA HISTÓRIA DE LUITA, UM FUTURO NOSSO

Posted by assembleiasabertasindependentistas on 2021/07/28

O Independentismo sempre acudimos ao 25 de Julho com o ánimo da celebraçom e a vocaçom da luita.

Este ano, festejamos a vitória judicial na Audiência Nacional espanhola e a alegria de estar acompanhadas polas nossas companheiras e companheiros, que mantiveram com toda dignidade, e baixo a ameaça de terríveis condenas, o nosso direito a auto-organizarmo-nos. É para nós um orgulho estar acompanhadas destas pessoas boas e generosas, que escrevem com a melhor das letras a história do nosso povo resistente.

Entendemos que este processo judicial, junto com outros factos acontecidos nos últimos anos, estam inseridos no encerramento de um ciclo e no início de um novo na história do nosso movimento, que abarca o último quarto de século. Com um pé no passado e outro no futuro, convocamos a base social independentista neste dia da Pátria a participar e contribuir neste processo de re-organizaçom e re-formulaçom que chamamos Assembleias Abertas Independentistas.

Partimos co intuito de recolher o melhor de umha tradiçom de compromisso e luita, forjada durante gerações de independentistas, especialmente no que se refere ao último ciclo do nosso movimento. Nestes anos, o Independentismo organizado nas nossas chaves, mália ser um movimento pequeno, atingiu grandes objetivos que queremos celebrar neste 25 de Julho.

Por citar alguns exemplos, fomos quem de imprimir a nossa pegada a todo o nacionalismo, ganhando a simpatia de sectores que nos olhavam com desconfiança e medo. Mostra disso é a assunçom de parte do nosso discurso por estes sectores, as suas incontáveis mostras de solidariedade com os presos e as presas independentistas e a possibilidade de conviver em muitos projetos de construçom nacional. Queremos fugir de leituras partidistas: desde a humildade, afirmamos que isto a quem mais beneficia é a Galiza.

Também podemos falar de grandes projetos de construçom nacional que forom impulsionados por nós (como a criaçom de uma rede de Centros Sociais ao longo da nossa geografia, o impulso a meios de comunicaçom e outras ferramentas para a normalizaçom da norma internacional do galego, etc) e do acertado desenvolvimento de teses nossas como a defesa da Terra, que se converteu ao longo dos anos num dos motores de mobilizaçom social mais potentes do País.

Mas, se quadra, o mais valioso da nossa tradiçom militante, foi a promoçom de uma irmandade alicerçada num compromisso sincero e valente coa defesa da Galiza. A implicaçom vital e espiritual na militáncia deu como resultado umha pequena grande família, cujos vínculos vam além dos acordos estratégicos e do cálculo político. Esta comunidade em resistência é muito mais que umha organizaçom política, e sentimo-lo um dos maiores valores da nossa bagagem.

Aliás, convocamos e acudimos a este 25 de Julho com a alegria revolucionária de quem pretendemos alargar esta comunidade e fortalecer os seus valores. Em primeiro lugar, compre salientar o protagonismo das mulheres independentistas neste processo, que nom imos tolerar que seja acalado para alimentar egos machistas e famintos. Precisamos do feminismo, nom só para fazer do Independentismo um espaço habitável para as companheiras. Trata-se de assentar umha ética militante que nos sirva de couraça frente a um mundo dominado pola rapina moral de um patriarcado na fase culminante, onde o individualismo mais exacerbado, a mercantilizaçom dos afetos e dos cuidados, a liquidaçom dos espaços comunitários e a condiçom líquida dos vínculos etc, ferem de morte qualquer proposta coletiva e revolucionaria que nom saiba defender-se do seu aniquilamento. Frente a isto, nas AAI imos cultivar novos modelos e valores militantes, e sabemos que isto nom é possível sem a participaçom ativa e o protagonismo das mulheres.

Em segundo lugar, recolhemos a crítica tantas vezes repetida das cúpulas dirigentes, da centralizaçom do poder, das estruturas piramidais, para dar início a um processo aberto, descentralizado, organizado desde a base, onde confluam assembleias comarcais autónomas, baixo a consigna do “atua local, pensa nacional”. Achamos necessário, desde a teoria e a praxe, questionar os modelos de organizaçom partidistas e essa forma de entender a política, e sentimo-nos entusiastas de iniciar este debate e este caminho, que sabemos será longo, mas, sem dúbida, apaixonante.

Com umha história de luita às costas, botamos a andar cara um futuro nosso. Orgulha-nos dizer, frente aos discursos grandiloquentes, que imos construir coletivamente: nom temos um horizonte definido, nom sabemos em que porto arribaremos. Por agora, irmaos, irmás, queremos encontrar-nos para celebrar a partida neste dia da nossa Pátria.

Viva Galiza Ceive!

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