CRÓNICA DA GALIZA COMBATENTE 2021

Das Assembleias Abertas Independentistas vimos de comemorar o dia da Galiza Combatente polas ruas da cidade da Corunha, este ano dedicado à mocidade combativa. O ato consistiu num roteiro histórico que arrancou no Campo da Lenha, onde contamos com a intervençom de umha companheira das Assembleias sobre o significado que queriamos dar-lhe a esta Galiza Combatente. A escolha desta praça veu motivada por ter sido o cenário onde, no ano 1996, a mocidade da rescem constituida AMI, enfrentava à polícia em protesta pola detençom de umha das suas companheiras. No ato interveio um dos participantes na altura e fundador da AMI, contando como foram aqueles começos nos que a mocidade erguia ao lombo um movimento político totalmente esfarelado logo da etapa anterior.

 

Depois continuamos até a Praça das Atochas que anteriormente levava o nome do fascista Millán Astray. O motivo de nos deter neste lugar foi para lembrarmos e  comemorar a açom protagonizada por vários militantes da organiçaçomi ndependentista BRIGA em defensa da Memória Histórica e emarcada na luita pola eliminaçom da simbologia fascista das ruas e prédios do nosso país. Umha companheira das Assembleias que militou em Briga, foi a encarregada de contar-nos o desenvolvimento da açom, rematando com a cançom que a Banda Potemkin adicou em tom humorístico a aquela valente acçom que, a pessar de ser neutraliçada polas forças policiais, nom deixou de constituir um rotundo sucesso pola transcendência e visibilidade que acadou a luita contra a simbologia fascista na cidade da Corunha.

Desde a Praça das Atochas fomos até as imediaçons do Clube do Mar, que contou entre os seus fundadores com a presença de Pedro Galán Calvete, que fijo parte da primeira junta directiva desta sociedade coma vogal do comité de propaganda. Ao longo dos máis de oitenta anos de história esta sociedade vem de estar presente na meirande parte dos acontecementos políticos e sociais da cidade.

Nado no ano 1917, compre destacarmos que quando Galam Calvete participa na creaçom do Clube do Mar, no 1935, a penas conta com 18 anos de idade e umha dilatada trajetória política na defensa da Terra. Justo dous anos antes da fundaçom da sociedade é quando aparece publicado em A Nossa Terra o manifesto do 1933 no que, junto co Jenaro Marinhas e umha outra gente moça, anunciabam a criaçom das Mocidades Galeguistas. Foi secretário de organiçaçom das Mocidades da Corunha representando-as na assembleia fundacional da Federación de Mocidades Galeguistas, que tivo lugar em Ourense em Janeiro do 1934, passando a fazer parte do seu Conselho Nacional em representaçom da comarca corunhesa.

Galam Calvete foi assassinado polos fascistas no ano 1936. Para rematar o ato, achegamo-nos ao cemitério onde realizamos umha oferenda floral e onde um companheiro das Assembleias interveio para explicar o significado desta data, da Galiza Combatente, fazendo finca-pé na experiência coletiva da auto-organizaçom da mocidade, além dos protagonismos individuais, e da importáncia de todas aquelas que trabalharom para erguer o facho da liberdade para o nosso povo sem procurar protagonismo nem reconhecimento, mesmo dando a sua vida por isso.

Para complementar o ato, elaboramos um pequeno caderno para a formaçom e o debate que podes encontrar em vários centros sociais ou solicitar-nos a sua versom para a impressom em assembleiasabertasindependentistas@riseup.net

Rematado o ato, fomos jantar ao CS A Comuna, a quem agradecemos a sua colaboraçom.

11 de Outubro DIA DA GALIZA COMBATENTE: A LUITA É O ÚNICO CAMINHO

“A LUITA É O ÚNICO CAMINHO”

Homenagem à mocidade independentista e as suas expressões de auto-organizaçom e luita

A meados da década dos anos 30 do século passado, a mocidade começa a virar o rumo do nacionalismo, até agora ancorado no intelectualismo, radicalizando as posturas do movimento. Será a mocidade a primeira em erguer na Terra a bandeira arredista, em virar cara a esquerda sem ambiguidades e em definir à rua, a açom política e as camadas populares como os seus espaços de açom. A Federaçom das Mocidades Nacionalistas (FMN) é o primeiro referente para a auto-organizaçom política da juventude galega, e aquelo que o caracterizou -a afouteza, a vitalidade, o impulso revolucionário-, manterá-se nas seguintes expressões juvenis organizadas da nossa história recente.

Em 1996, sessenta anos depois de que a FMN se declara-se abertamente independentista naquela assembleia de Cela Nova, um pequeno grupo de moços e moças constituem a AMI, a Assembleia da Mocidade Independentista, que recuperará o seu hino, o Caste dos Celtas, assim como o seu vigor, e começaram a reconstruçom do movimento independentista. Anos mais tarde aparecerá Briga, procedente de outra corrente do Independentismo, que logo da desapariçom da AMI a meados da década passada, manterá acesso o facho da mocidade independentista, alumeando nuns anos de dura repressom. A repressom será umha constante do estado frente a evoluiçom dos projetos que a mocidade pretende levar avante, amossando as fraquezas do regime, que treme ante o evidente fracasso da sua política de extermínio quando abrolham novos projetos arredistas. Ambas organizaçons juvenis sofreram a perseguiçom das forças policiais espanholas: o seu assedio explica em boa medida a auto-dissoluçom da AMI no ano 2014, mas nom sem deixar trás de si múltiplas análises, projetos, experiências militantes… e fontes onde beberá a Galiza combatente do futuro.

“Organiza-te e luita” foi a legenda com a que a AMI chamava à participaçom da mocidade. Recuperamos esta legenda nesta Galiza Combatente nom como um simples recordo, mas sim pola sua vigência. Além dos seus significados mais evidentes, e cada vez mais nos tempos que correm, hoje a auto-organizaçom e a luita apresentam-se-nos como sinónimos de “vida”

O capitalismo colonial ameaça a vida na nossa Terra, porque ameaça as condições de regeneraçom da vida -humana e nom humana-, com os seus ciclos enlouquecidos de acumulaçom. O sistema também ameaça a vida por meio dos processos de alienaçom individual e coletiva que implica o trabalho assalariado, e a crescente precarizaçom das condições em que se realizam estes trabalhos.

Mas, além disto, o capitalismo, como fase superior do patriarcado, ameaça a vida no sentido mais profundo da existência, ao mercantilizar os desejos, os afetos e os vínculos, propondo-se obter lucro, extrair mais-valia, das nossas paixons mais humanas, convertendo-as em mais um produto.

Vivemos tempos em que o capital avança cara a expropriaçom definitiva da vidacom a destruiçom dos últimos espaços comunitários e as últimas vivências coletivas nom mediadas por ele. À vista estam os resultados deste avanço: o vazio existencial, a dependência cada vez maior de psicofármacos e o aumento de suicídios, som o correlato da socializaçomexclusiva nos espaços em que governa o capital, pense-se em centros de trabalho, centros comerciais ou em redes sociais.

Frente a isto, queremos opor a história de luita protagonizada pola mocidade galega, construindo espaços próprios, gerando o seu próprio contra-poder, saboreando a liberdade que, ao fim, é a capacidade de decidir, de construir, de pelejar, de governar o próprio. Este sentimento militante, esta paixom pola vida, esta força e esta alegria que representou e representa a mocidade organizada do nosso país, é o que trazemos a cena nesta Galiza Combatente. Só a auto-organizaçom e a luita podem opor-se ao plano de destruiçom da vida que opera o capitalismo espanhol na nossa Terra; só a militáncia consciente pode, nos tempos que correm, opor-se a destruiçom dos vínculos e re-construir a comunidade em resistência que impida o avanço do capital até o fim da vida.

Viva a luita da mocidade!

Viva a Galiza Combatente!

Anota-te para o jantar antes do dia 7 em:

assembleiasabertasindependentistas@riseup.net

ou em:

https://forms.gle/WLsMJinw1HscYyhm7

ASSEMBLEIA DE MULHERES INDEPENDENTISTAS (Programaçom)

Convidamos-vos a este espaço de encontro e reflexom feminista!

11 h. Recebimento.

11:30-13:30 Umha história de luita:
As mulheres no independentismo. Experiências militantes. O que nos fere e o que nos fortalece.
Partilha de sentires, reflexons e experiências militantes nas organizaçons políticas e nos movimentos sociais, das mulheres independentistas. Encontro intergeracional das protagonistas desta história de luita, com a intervençom de militantes e ativistas envoltas em cada umha das etapas da história recente do movimento, desde os anos 90´ até a atualidade.

13:30-16:00 Vermute e jantar

16h. Um futuro nosso
Mulheres organizadas por umha Galiza livre:
Partilha de desejos, expectativas e necessidades coletivas xurdidas a partir do debate da manhã. Chuva de ideias: modelos organizativos, gestom das agressões, atividades conjuntas…

18h. Encerramento.

Se queres participar, contacta com nós em
assembleiasabertasindependentistas@riseup.net
antes do dia 22 de Setembro

ENCONTRO NACIONAL INDEPENDENTISTA

No vindeiro 29 de Agosto (Domingo), terá lugar umha jornada de convivio entre independentistas de tudo o país. A ideia é façer um jantar campestre na Carvalheira de Catasós no que cada quem levará a súa comida. Ao rematarmos de jantar celebraremos umha Assembleia Nacional Aberta pra intercambiarmos impressoms e organiçármo-nos de cara ao curso que vem. Iremos informando neste mesmo site e nas nossas redes sociais das novidades que vaiam jurdindo. Nom dubidedes em asistir,

Saúde e Terra!

 

DIA DA PÁTRIA 2021

Video sobre a manifestaçom do dia da Pátria, com extractos da arenga com a que se finalizou a manifestaçom, na Pç. do 8 de Março, que podedes ler completa a continuaçom:

“Vou contar uma anedota: Quando eu e muita gente da minha geraçom, começamos a militar, quase no século passado, havia uma gente que agiam baixo a palavra de orde de “aqui nom vimos fazer amigos”, em referencia as estruturas organizativas das que fazíamos parte. Muitas lembraredes, outras poderede-lo imaginar -ou se quadra tivestes experiencias similares-, o ambiente irrespirável que ali havia. Esta gente entendia, ou queria fazer-nos entender, e mesmo nós assim o entendiamos, que o processo nom importa, só os fins. Polo tanto, enchíamos a boca com termos grandiloquentes (democracia, feminismo, socialismo, liberdade), mas escornávamo-nos na convivência diária. Parecíamos umha empresa comercial de “ideais libertadores”: acudíamos ao trabalho militante pontualmente, havia chefes, encarregados, competitividade, broncas, bulling; produzíamos ingentes quantidades de publicidade e atos vários, éramos realmente mui produtivas. Tam produtivas que daquela experiência rematamos esgotadas e frustradas. Quando paramos a reflexionar sobre as nossas metas utópicas, sobre a sociedade ideal com a que sonhávamos, soubemos que nom se podia parecer a aquelo que tínhamos entre nós, nom podia guiar-se pola ética, ou a falta dela, que refletiam aquelas relaçoes.

Ao longo deste ciclo da nossa história que está a esmorecer, avançamos no questionamento destas formas clássicas da militância, do dogmatismo com que defendíamos as nossas propostas, do produtivismo que se apoderava dos nossos espaços, das similitudes entre a organizaçom política e a mercantil nos valores que as sostenhem e nos roles que destacam no seu seio. Ao tempo, ao calor da luita política, forom gerando-se uns vínculos, uns compromissos, umas sujetividades, que nom atendiam simplesmente aos cálculos racionais nem as lógicas frias da organizaçom partidária. A palavra companheiro, companheira, foi ficando pequena. Nós deixamos também de acudir ao movimento fazer amigas, xq enxergamos a possibilidade de fazermos irmaos e irmás.

Achamos que conseguimos gerar, por volta de um projeto político, por volta do trabalho político, algo muito mais grande e forte para resistir as investidas do inimigo; algo que nos alenta a falar de irmandade, de comunidade. É este ideal comunitário o que pretendemos alongar para fazer fronte à destruiçom do nosso País, e por isso as reflexions sobre as relaçons humanas que sostenhem o movimento político tenhem para nós um caracter prioritário. O que as fere e o que as fortalece. Imos mover o foco, que temos rígido sempre a iluminar os fins, os objetivos, para alumear os processos e ver que é o que se esconde aí. Xq quizá a revoluçom nom é um fim, e onde se encontra é no processo.

Há umha ladainha mil vezes repetida no independentismo, e no nacionalismo em geral, referente a isto: “Xq nom saímos destas liortas internas que tanto mal nos fam, que esgotam tanta gente… Que mandam tanta gente para casa…”; “nom vou ao 25 xq hai mal rolho, melhor vou-me para a praia…”

Sem laios. As arredistas caracterizamo-nos por fazer fronte ao vitimismo e ser intransigentes coa auto-lamentaçom. Se umha nom pode, turra outra do carro. Temos um problema e imos aborda-lo, e temos ferramentas e temos conhecimento, e temos a ledícia de termos acarinhado, ainda que só fosse com a ponta dos dedos, um outro jeito de estar na política e na luita e na vida.

Agora, que é tempo de seitura, de segar os campos que trabalhamos neste ciclo político que durou um quarto de século, imos malhar o que será o nosso alimento e a semente da seguinte jeira. O nosso alimento político e ético para os próximos anos, e também a semente do pam que nuns anos seituraredes as geraçons mais novas. Esta malha imos faze-la nas AAI, nelas imos separar o grao da palha:

Palha:

Todas as palavras vacias falando de horizontalidade, de unidade, de apertura, de aglutinamento de forças, de incorporaçom das mulheres.

Palha os discursos grandiloquentes que agocham afam de poder, de protagonismo.

A competitividade, o dirigismo.

Palha o dogmatismo, as verdades absolutas que pretendem o aniquilamento das outras posiçoes.

Os egos disfarçados de lideranças.

Palha a política volcada ao espectaculo das redes sociais, opinólogos e lideres de twitter que nom estám hoje nas ruas de Compostela.

Grao:

O trabalho humilde e silencioso que nom procura reconhecimentos nem medalhas.

A responsabilidade, o compromisso, a valentia, a constáncia.

O trabalho amoroso que sostem ao coletivo nos momentos difíceis, frente a represom e frente ao medo.

A capacidade para situar o bem comum por cima do próprio ego.

A capacidade de auto-crítica, de re-invençom. De capilaridade diante das luitas sociais.

Os vínculos reais forjados na luita. A empatia, a solidariedade. O amor a terra. O amor entre irmans.

Acompanhade-nos neste trabalho xq é um trabalho coletivo, e xq estamos num momento de crise brutal no nosso país e temos que asumir a responsabilidade de sementar umha resistência real frente a destruiçom da nossa terra e a usurpaçom da nossa identidade. O que serám as AAI vai ser uma construçom coletiva que necessita agora, já, da participaçom de todas. Necessita da experiencia militante de quem leva anos na luita; necessita do vigor e do alento das jovens e da frescura das recém chegadas; necessita das mulheres para deitar luz sobre estas práticas patriarcais que dinamitam a nossa vida coletiva.

É tempo de compromisso, xq a Galiza, em todas as suas expresions, corre grave risco de ser exterminada. É tempo de organizaçom, de organizar-nos melhor. E esta é basicamente a nossa humilde proposta, que aguardamos contribuades a desenvolver com nós. Umha proposta de alargamento dos valores e da comunidade arredista, que não pode desvincular-se das luitas nas que ela própria se gera. A nossa comunidade fai-se na luita; a nossa comunidade fai-se na defesa da Terra. Aí é, irmás, irmaos, onde nos encontraremos.

Viva Galiza ceive!”

UMHA HISTÓRIA DE LUITA, UM FUTURO NOSSO

O Independentismo sempre acudimos ao 25 de Julho com o ánimo da celebraçom e a vocaçom da luita.

Este ano, festejamos a vitória judicial na Audiência Nacional espanhola e a alegria de estar acompanhadas polas nossas companheiras e companheiros, que mantiveram com toda dignidade, e baixo a ameaça de terríveis condenas, o nosso direito a auto-organizarmo-nos. É para nós um orgulho estar acompanhadas destas pessoas boas e generosas, que escrevem com a melhor das letras a história do nosso povo resistente.

Entendemos que este processo judicial, junto com outros factos acontecidos nos últimos anos, estam inseridos no encerramento de um ciclo e no início de um novo na história do nosso movimento, que abarca o último quarto de século. Com um pé no passado e outro no futuro, convocamos a base social independentista neste dia da Pátria a participar e contribuir neste processo de re-organizaçom e re-formulaçom que chamamos Assembleias Abertas Independentistas.

Partimos co intuito de recolher o melhor de umha tradiçom de compromisso e luita, forjada durante gerações de independentistas, especialmente no que se refere ao último ciclo do nosso movimento. Nestes anos, o Independentismo organizado nas nossas chaves, mália ser um movimento pequeno, atingiu grandes objetivos que queremos celebrar neste 25 de Julho.

Por citar alguns exemplos, fomos quem de imprimir a nossa pegada a todo o nacionalismo, ganhando a simpatia de sectores que nos olhavam com desconfiança e medo. Mostra disso é a assunçom de parte do nosso discurso por estes sectores, as suas incontáveis mostras de solidariedade com os presos e as presas independentistas e a possibilidade de conviver em muitos projetos de construçom nacional. Queremos fugir de leituras partidistas: desde a humildade, afirmamos que isto a quem mais beneficia é a Galiza.

Também podemos falar de grandes projetos de construçom nacional que forom impulsionados por nós (como a criaçom de uma rede de Centros Sociais ao longo da nossa geografia, o impulso a meios de comunicaçom e outras ferramentas para a normalizaçom da norma internacional do galego, etc) e do acertado desenvolvimento de teses nossas como a defesa da Terra, que se converteu ao longo dos anos num dos motores de mobilizaçom social mais potentes do País.

Mas, se quadra, o mais valioso da nossa tradiçom militante, foi a promoçom de uma irmandade alicerçada num compromisso sincero e valente coa defesa da Galiza. A implicaçom vital e espiritual na militáncia deu como resultado umha pequena grande família, cujos vínculos vam além dos acordos estratégicos e do cálculo político. Esta comunidade em resistência é muito mais que umha organizaçom política, e sentimo-lo um dos maiores valores da nossa bagagem.

Aliás, convocamos e acudimos a este 25 de Julho com a alegria revolucionária de quem pretendemos alargar esta comunidade e fortalecer os seus valores. Em primeiro lugar, compre salientar o protagonismo das mulheres independentistas neste processo, que nom imos tolerar que seja acalado para alimentar egos machistas e famintos. Precisamos do feminismo, nom só para fazer do Independentismo um espaço habitável para as companheiras. Trata-se de assentar umha ética militante que nos sirva de couraça frente a um mundo dominado pola rapina moral de um patriarcado na fase culminante, onde o individualismo mais exacerbado, a mercantilizaçom dos afetos e dos cuidados, a liquidaçom dos espaços comunitários e a condiçom líquida dos vínculos etc, ferem de morte qualquer proposta coletiva e revolucionaria que nom saiba defender-se do seu aniquilamento. Frente a isto, nas AAI imos cultivar novos modelos e valores militantes, e sabemos que isto nom é possível sem a participaçom ativa e o protagonismo das mulheres.

Em segundo lugar, recolhemos a crítica tantas vezes repetida das cúpulas dirigentes, da centralizaçom do poder, das estruturas piramidais, para dar início a um processo aberto, descentralizado, organizado desde a base, onde confluam assembleias comarcais autónomas, baixo a consigna do “atua local, pensa nacional”. Achamos necessário, desde a teoria e a praxe, questionar os modelos de organizaçom partidistas e essa forma de entender a política, e sentimo-nos entusiastas de iniciar este debate e este caminho, que sabemos será longo, mas, sem dúbida, apaixonante.

Com umha história de luita às costas, botamos a andar cara um futuro nosso. Orgulha-nos dizer, frente aos discursos grandiloquentes, que imos construir coletivamente: nom temos um horizonte definido, nom sabemos em que porto arribaremos. Por agora, irmaos, irmás, queremos encontrar-nos para celebrar a partida neste dia da nossa Pátria.

Viva Galiza Ceive!